Quais são as principais tendências de mercado que afetam o seu negócio? Como os cenários econômico, político, sociocultural, ambiental, legal e tecnológico impactam a estratégia corporativa? E como a gestão lida com essas variáveis no microambiente?
Refletir sobre esses pontos é um passo essencial para realizar um estudo de mercado consistente e que agregue valor ao negócio.
A análise do ambiente externo é tradicionalmente um importante elemento da estratégia de uma companhia. É por meio dela que se conseguirá “dar vida” ao microambiente competitivo da empresa e definir diferenciais para sobreviver no mercado.
Considerando, por exemplo, como o negócio está em relação à concorrência, como vem sendo a aceitação das ofertas no mercado, qual o comportamento do público-alvo em relação aos seus produtos ou serviços, você está traçando um diagnóstico importante e, muitas vezes decisivo para apoiar o planejamento e a gestão empresarial.
Para conseguir um resultado positivo no processo de inteligência de mercado é importante envolver diferentes perfis e hierarquias profissionais na realização da análise de mercado.
Isso porque é preciso sair do lugar comum e desafiar crenças enraizadas para obter insights que transformem o negócio. Uma indústria tradicional que tenha 40 anos de atuação provavelmente conta com executivos responsáveis por tomadas de decisões que tenham mais de 20 anos de casa e por volta de 40 ou 50 anos de idade.
Se essa empresa tem como público-alvo os jovens na faixa dos 20 anos, a possibilidade de lançar produtos e campanhas que não tenham uma conexão emocional e cultural com o consumidor é grande, caso a estratégia seja definida somente sob o ponto de vista dos executivos. Já se você tiver uma equipe de inteligência de mercado formada por profissionais de diferentes perfis, isso reduz significativamente.
Quando focamos na análise do ambiente macro, o ideal é contarmos com o uso de algumas ferramentas específicas que ajudem a construir um processo de inteligência de mercado preciso e assertivo.
Os 7S da McKinsey é uma das ferramentas mais utilizadas para a avaliação empresarial, juntamente com as 5 Forças de Porter e a Análise SWOT cruzada.
O nome 7S surgiu da abordagem de sete aspectos da Organização, todos eles iniciados com a letra S (em Inglês).
São eles: Soft S e Hard S, conforme sua tangibilidade. Os Hard S são: Strategy (Estratégia), Structure (Estrutura) e Systems (Sistemas). Os Soft S são: Skills (Habilidades), Staff (Equipe), Style (Estilo – no caso, estilo de liderança, governança) e Shared Values (Valores Compartilhados, ou simplesmente, Valores da Empresa).
As 5 Forças de Porter e a geração de valor da empresa são duas técnicas que podem ser utilizadas para capturar o entendimento do poder relativo de negociação de dentro de uma empresa.
Essa análise pode ser complementada pelos a inclusão do ponto de vista de stakeholders que sejam relevantes para direcionar a decisão de consumo e poder de relacionamento. É o que acontece, por exemplo, no caso de empresas que comercializam jogos. Existe sempre a questão de comparação entre as sociedades e o questionamento se a prática é moral ou imoral.
Como podemos perceber, a construção da análise de mercado é um processo complexo e que deve ser muito bem planejado e estruturado dentro da companhia. São os inputs advindos do processo de inteligência de mercado que podem agregar diferenciais valiosos ao seu negócio.