A relação entre tecnologia e sustentabilidade foi o tema central do evento “Navegando pela Transformação: A Emergência da Era Eco-Digital™”, onde Emanuel Queiroz, Vice-Presidente de Sustentabilidade na Capgemini, discutiu como a adoção de novas tecnologias pode contribuir para a sustentabilidade ambiental e impulsionar a inovação. Além de Emanuel, o evento contou com a participação do professor André Nardy, Ph.D, e de Ana Paula Zamper, Diretora do Programa de Inteligência Artificial para C-Level, CEOs, Conselheiros e Acionistas da Saint Paul Escola de Negócios. As discussões abordaram a necessidade de equilíbrio entre decisões de curto e longo prazo, bem como a importância de conexões e colaboração intersetorial para a criação de ecossistemas industriais sustentáveis.
No mundo cada vez mais interconectado em que vivemos, a complexidade da tomada de decisões se torna um desafio constante. André Nardy abriu o evento destacando a importância de combinar diferentes modelos de pensamento, como o científico e o paradoxal, para enfrentar essa realidade. Segundo o professor, é crucial criar alternativas, avaliar as consequências e construir planos de ação que considerem obrigações, restrições e a capacidade de adaptação às mudanças emergentes. Ele também ressaltou que os líderes devem ser capazes de dar sentido a essas mudanças e comunicar esse sentido de maneira eficaz às partes interessadas, garantindo assim a mobilização necessária para alcançar os resultados desejados. Ele destacou: “Precisamos pensar diferente”.
Mas, para nos tornarmos bons líderes no atual cenário mundial, precisamos tomar conhecimento sobre alguns tópicos, principalmente acerca da sustentabilidade.
Emanuel Queiroz trouxe uma perspectiva prática à discussão, apresentando dados sobre as emissões de gases de efeito estufa no Brasil e na América Latina. Em sua apresentação, ele destacou que o Brasil é responsável por 1.31% das emissões globais de gás carbônico, em dados da IEA. Ele enfatizou o desafio de reduzir essas emissões sem comprometer o desenvolvimento humano e a importância de monitorar não apenas as emissões de carbono, mas também outros parâmetros ambientais, como o ciclo do nitrogênio e o uso da água doce. Em suas palavras, ele destacou: “O nitrogênio é um elemento fundamental para a vida na Terra”.
Emanuel compartilhou casos reais de empresas que obtiveram ganhos financeiros significativos ao implementar práticas sustentáveis. Ele mencionou que 74% dos executivos que responderam à pesquisa realizada pela Capgemini compartilharam que um fator motivador para a adoção de medidas ambientais e/ou estratégicas e iniciativas de sensibilidade social era aumentar a receita futura, acima dos 52%. Também mencionou que empresas que adotaram a sustentabilidade por convicção registraram um aumento de 12% na receita, comparadas àquelas que fizeram mudanças apenas por pressão externa.
Um dos maiores desafios destacados por Emanuel é a medição e monitoramento das emissões do Escopo 3, que representam as emissões indiretas na cadeia de valor de uma empresa e são frequentemente as mais difíceis de controlar. Ele também apontou que a maior barreira para a mudança sustentável é cultural, tanto entre líderes quanto entre consumidores. Para superar essa barreira, Emanuel sugeriu que a sustentabilidade seja incluída nas metas de bônus executivo, incentivando uma mudança inicial de superfície que possa levar a uma transformação cultural mais profunda.
Foi destacada a necessidade de conexões e colaboração entre diferentes setores para criar ecossistemas industriais sustentáveis, onde os resíduos de uma indústria podem ser utilizados como matéria-prima por outra. Essa abordagem não apenas reduz o impacto ambiental, mas também pode gerar oportunidades econômicas. Emanuel Queiroz garante: “A sustentabilidade permeia por todas as áreas”.
Emanuel também enfatizou a importância da educação e do engajamento. Ele sugeriu que a sustentabilidade deve ser uma parte integral da educação, cultivando uma compreensão profunda e um compromisso genuíno desde cedo. Além disso, ele mencionou que o amor e o respeito nas relações entre pessoas, sociedade e biosfera são fundamentais para alcançar negócios sustentáveis e duradouros.
Este evento revelou que, embora existam desafios significativos, as oportunidades de integrar práticas sustentáveis com inovação tecnológica são vastas. Líderes precisam adotar uma visão de longo prazo e promover uma cultura de sustentabilidade tanto internamente quanto externamente. Com colaboração, educação e uma abordagem estratégica, é possível construir um futuro onde a tecnologia não apenas impulsiona o progresso, mas também garante a sustentabilidade ambiental e o bem-estar humano.
O evento realizado faz parte de encontros exclusivos da comunidade do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas da Saint Paul. Para saber mais sobre o curso, clique aqui.