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Mercado Financeiro

Como utilizar redes sociais para uma boa avaliação de crédito?

Cada vez mais as instituições financeiras têm feito uso de novas ferramentas para avaliação de crédito. Algumas delas estão se especializando em perceber os traços comportamentais dos clientes a fim de evitar a inadimplência dos seus clientes.

 

Em um país como o Brasil, no qual 116 milhões de pessoas estão conectadas à internet, as redes sociais podem dizer muito sobre cada pessoa.

 

Redes sociais e avaliação de crédito

 

O processo de fazer das redes sociais uma aliada na avaliação de crédito é bastante recente. As que mais se utilizam dessas ferramentas são principalmente as fintechs, empresas que unem tecnologia a serviços financeiros.

 

A Doutora e Coordenadora Acadêmica da Saint Paul Escola de Negócios, Lilian Carvalho lembra que antes das redes sociais, a avaliação de crédito exigia um esforço extra por parte do banco para identificar se o que o cliente estava falando a verdade ou não.

 

“Naquela época não tinha essa questão de geolocalização. Então, dependendo do caso, a gente era orientado a fazer visitas para os clientes para ver se aquilo que ele estava informando era real. Com as ferramentas que se dispõe hoje, basta cruzar alguns dados com mapas na internet e é possível identificar se a informação procede ou não.”, comenta.

 

Com tantas ferramentas, aplicativos e as próprias redes sociais, hoje as companhias conseguem analisar de maneira bem mais rápida e fácil a vida de seus clientes. 

Ao fazer uma visita no perfil da pessoa, é possível descobrir, por exemplo, se a renda que ela mostra que ganha é compatível com o que declara.

 

“Em relação às redes, a gente já faz análise de texto para identificar a propensão ao risco ou tipo de personalidade. Ela vai mostrar o quanto aquele cliente é de risco ou não ou o quanto ele é impulsivo ou menos impulsivo. Certos tipos de palavras são associadas a certos tipos de personalidade. E esse uso do texto está cada vez mais sofisticado na questão da avaliação de crédito também”, explica Lilian.

 

Um exemplo bem prático disso é quando uma empresa que solicita crédito diz ter representação comercial no país inteiro. A instituição pode, a partir da geolocalização, comparar se os endereços fornecidos realmente existem. Ou ainda em situações que a pessoa diz estar com uma situação financeira complicada, mas publica fotos em restaurantes caros e participando frequentemente de festas.

 

Empresas apostam nessa análise alternativa

 

Quando o assunto é redes sociais e avaliação de crédito, as empresas do exterior lideram na adoção de novos meios para analisar se uma pessoa tende à inadimplência. No Brasil, ainda são poucas as companhias que adotam tais medidas, mas algumas já estão dando o exemplo.

 

Como dissemos anteriormente, as fintechs são as que mais apostam no uso de novas ferramentas para avaliação de crédito dos seus clientes. A filipina Lenddo, por exemplo, utiliza big data, machine learning e a análise de redes sociais. Já na Banqu, o uso de blockchain ajuda a dar uma identidade financeira àqueles que não conseguem acessar os mercados globais, apesar de ter capacidade de produzir e sair da pobreza.

 

Outro exemplo vem do Reino Unido, no qual a maior seguradora do país, a Aviva, identificou 10 tipos de personalidade financeira para apontar em qual deles o poupador se encaixa.

 

Identificando o perfil que o cliente, às vezes, tenta esconder

 

Muito mais do que usar novas ferramentas para avaliação de crédito, as financeiras fizeram da tecnologia uma aliada para identificar falsas informações dadas pelos clientes. A professora Lilian comenta que em entrevistas para o fornecimento de empréstimos, por exemplo, dificilmente quem é irresponsável com as finanças vai declarar seu perfil.

 

“A tendência é que o mau pagador omita, e até minta, sobre alguns fatos. Ou mesmo diga coisas que o entrevistador queira ouvir, o que enviesa aquela entrevista. Agora, aliando a avaliação de crédito com redes sociais, a pessoa não consegue o tempo todo passar uma imagem daquilo que ela não é”, reforça.

 

Para quem se interessa pelo assunto, a professora Lilian indica a leitura do livro “Everybody Lies: Big Data, New Data, and What the Internet Can Tell Us About Who We Really Are” de Seth Stephens-Davidowitz. 

 

A obra mostra como é possível buscar a personalidade de uma pessoa e seu real comportamento triangulando os dados de rede social, buscas, sensores no celular e costumes de filmes e séries online. Impressionante, não é mesmo?

 

Gostou de saber como as novas ferramentas para avaliação de crédito podem otimizar a identificação dos perfis dos clientes e o processo em geral na área? Em nosso blog você confere muitos outros assuntos relacionado a finanças. Até a próxima!

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