Na era atual, onde a tecnologia avança a passos largos, a convergência de produtos e tecnologias torna-se tema central para empresas e empreendedores que buscam inovação e crescimento. Essa tendência foi apresentada pela futurista Amy Webb durante o SXSW 2024, evento realizado em Austin, nos Estados Unidos. Ela (e outros especialistas do tema) afirmam que o que antes era determinado por apenas uma tecnologia, hoje é impulsionado por três: IA, biotecnologia e ecossistemas conectados.
Para discutir o tema, a Saint Paul Escola de Negócios sediou o evento “Reinventando a Experiência do Cliente no Ecossistema de Inovação”, com a presença de Regina Chamma, Global Director Partnerships, Google Play Store no Google. Marcos Sanchez, professor e Chief Technology Officer da Saint Paul, ministrou a aula de abertura; Ana Paula Zamper, Diretora do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas da Saint Paul, foi responsável pela moderação e contextualizou o evento, delineando os objetivos e a importância de discutir a convergência tecnológica.
Imagine entrar em uma loja e não ter que enfrentar filas intermináveis no caixa. Parece um sonho? Na verdade, é a realidade em muitos estabelecimentos ao redor do mundo, graças à convergência tecnológica. Durante o evento foram apresentados exemplos fascinantes de como a tecnologia está tornando isso possível. Sistemas integrados, onde as compras são automaticamente debitadas no cartão de crédito cadastrado no aplicativo, estão se tornando cada vez mais comuns. Além disso, o uso de sistemas de visão computacional permite identificar produtos que os clientes estão olhando e oferecer recomendações personalizadas, criando uma experiência de compra verdadeiramente única. E o que é o ponto central de toda essa transformação? O smartphone. Este pequeno dispositivo tornou-se o epicentro de experiências integradas, conectando consumidores e empresas de maneiras nunca antes imaginadas.
Regina Chamma destacou como os aplicativos móveis e os smartphones estão impulsionando uma nova era de modelos de negócios disruptivos. Empresas como Amazon e Shein foram usadas como exemplos para ilustrar diferentes abordagens: “Na Amazon fazemos uma busca simples, uma busca limpa e fácil. Você vê o que você quer, coloca no seu carrinho, compra e vai embora. No outro dia te entregam rápido e pronto. Ele cuida do seu tempo, é o time safe, você vai usar menos tempo possível. Já a Shein é o oposto, ela é o time wasted. Quanto mais você fica no aplicativo, melhor para ela, pois assim ela consegue coletar dados. ” Enquanto a Amazon foca em eficiência e praticidade, a Shein adota uma estratégia que incentiva os usuários a passarem mais tempo em seu aplicativo, coletando dados para personalizar a experiência. Dados impressionantes sobre a penetração de smartphones e o uso de aplicativos no Brasil foram apresentados, evidenciando a rápida adoção dessas tecnologias. “Quando pensamos em aplicativos, pensamos em redes sociais ou em bancos, mas não é só isso. É saúde, é educação, é tudo. São várias indústrias que são impactadas aqui”, ressaltou Regina.
Entretanto, a transformação digital não é apenas sobre tecnologia; é também sobre pessoas. Um dos principais pontos discutidos foi a necessidade de as empresas investirem em cultura digital, capacitando seus funcionários a entender e utilizar essas novas tecnologias. Enquanto a geração mais jovem geralmente abraça as mudanças tecnológicas de braços abertos, a resistência de algumas gerações mais velhas pode representar um desafio significativo. Além disso, foi enfatizada a importância de equilibrar a tecnologia com aspectos emocionais e criativos, reconhecendo o valor do lado humano em meio à crescente digitalização. A inclusão digital também foi destacada como uma prioridade, com a necessidade de garantir que todas as camadas da população tenham acesso às oportunidades oferecidas pela tecnologia.
Em resumo, a convergência tecnológica está redefinindo não apenas a forma como fazemos negócios, mas também como vivemos nossas vidas. Ao abraçar essa mudança, investindo em cultura digital e valorizando o lado humano, as empresas podem não apenas sobreviver, mas prosperar nessa era de inovação sem precedentes. O futuro é digital, e cabe a nós moldá-lo de forma a beneficiar a todos.