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Estratégias Globais: O que a China Tem a Ensinar Sobre Negócios e Inovação

Escrito por Saint Paul | 09/12/2024 13:31:32

O evento “Download China: 5 dias de imersão, 3 horas de compartilhamento” trouxe à tona os aprendizados do módulo internacional "Doing Business with a Changing China", realizado em parceria com a Cheung Kong Graduate School of Business (CKGSB). Exclusivo para alunos e alumni dos High Impact Programs da Saint Paul, o módulo ofereceu uma visão aprofundada sobre as transformações econômicas, sociais e tecnológicas da China. Moderado por Christiane Aché, Diretora do Advanced Boardroom Program for Women (ABP-W), e Ana Paula Zamper, Diretora do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas, o evento explorou os desafios e as oportunidades de fazer negócios no país que é hoje uma das maiores potências globais.

O crescimento econômico e os impactos sociais

Christiane Aché abriu o evento com uma reflexão sobre o impressionante crescimento econômico da China. Em 1976, o país contribuía com apenas 4% da economia global; hoje, esse número saltou para 35%. Essa expansão é acompanhada por avanços significativos em diversas áreas. A expectativa de vida aumentou 15 anos entre 1978 e 2020, chegando a 78 anos, conforme destacado por Ana Paula Zamper. Além disso, houve uma drástica redução na pobreza aparente e melhorias na qualidade de vida, refletindo o esforço chinês em conciliar crescimento econômico com desenvolvimento social.

Como enfatizou Christiane, “não adianta você crescer a economia e deixar as pessoas para trás”. O compromisso da China com a educação básica e a qualificação da mão de obra exemplifica essa visão. Desde 1978, cerca de 6,5 milhões de chineses estudaram fora do país, com um retorno de 4 milhões, o que reforça a aposta na formação de talentos locais.

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Educação, tecnologia e inovação

A China está superando os Estados Unidos em clusters STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), com investimentos robustos em pesquisa e desenvolvimento. Esses esforços são acompanhados por princípios inovadores nas plataformas digitais chinesas, apresentados por Ana Paula Zamper. Ela destacou a eficácia do TikTok em superar o Alibaba em vendas graças a algoritmos de recomendação, uma abordagem que redefine o comportamento do consumidor.

Ao abordar o potencial do mercado chinês, Aline Sordili, Diretora de Conteúdo Playplus na Record, resumiu de forma contundente: “A China consome tudo”. Essa característica evidencia não apenas a escala do mercado, mas também a abertura da população para novas soluções tecnológicas e modelos de negócios que fomentam a inovação.

Lucila Carvalho, diretora da Lima Netto Carvalho Abreu Mayrink Sociedade de Advogados, trouxe uma visão instigante ao afirmar que, embora a China seja excelente em escalar, ainda enfrenta desafios na criação. Essa perspectiva se alinha ao contínuo esforço do país para equilibrar controle governamental com inovação, algo essencial para atingir seu objetivo de liderança tecnológica global.

Sustentabilidade e mercado verde

O compromisso da China com práticas sustentáveis foi discutido por Ednalva Sampaio, consultora independente, que destacou a liderança do país na economia verde. Desde 2023, a China é responsável por 60% da capacidade global de geração de energia renovável, com a energia solar representando 80% desse crescimento. Empresas como a Jinko Solar, a maior fabricante de painéis solares do mundo, exemplificam a vanguarda da produção sustentável no país.

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Desafios para multinacionais e questões sociais

Para empresas que desejam explorar o mercado chinês, Ana Paula Zamper apresentou os fatores de sucesso: pesquisa de mercado profunda, conformidade rigorosa e construção de relacionamentos locais, conhecidos como guanxi. No entanto, a baixa representatividade feminina em posições de liderança e as restrições à liberdade de expressão são questões que ainda geram debates, conforme apontado por Ana.

Para encerrar, uma frase de Lucila Carvalho foi marcante: “Nosso papel não é dar as respostas, mas fazer as perguntas certas, e isso exige conhecimento”. A imersão de cinco dias na China não apenas trouxe informações valiosas, mas também provocou reflexões sobre como o mundo pode aprender e se adaptar às práticas de um dos países mais dinâmicos e desafiadores da atualidade.

Com o PIB projetado para crescer 5% em 2024, a China continua a se firmar como uma potência global, oferecendo lições e inspirações para economias e líderes do mundo inteiro.

O evento faz parte de encontros exclusivos da comunidade dos High Impact Programs da Saint Paul. Para saber mais sobre os cursos, clique aqui.