A Inteligência Artificial Generativa tem sido o centro das atenções no mundo empresarial, prometendo transformar processos, melhorar a produtividade e abrir novas oportunidades. Porém, para além do entusiasmo, surgem questionamentos sobre como essa tecnologia pode ser implementada de forma eficaz e responsável nas empresas. Como garantir que ela seja um aliado no aumento da eficiência sem comprometer questões éticas e de segurança? E como preparar os profissionais para essa nova realidade?
Essas e outras questões foram debatidas no evento "IA Generativa: O que vem depois do hype?", que contou com a presença de Adriano Mussa, Ph.D, Reitor, Diretor Acadêmico e de Inteligência Artificial da Saint Paul, e Marcos Sanchez, Chief Technology Officer da Saint Paul; o evento foi apresentado e moderado por Ana Paula Zamper, Diretora do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels. CEOs, Conselheiros e Acionistas. Os participantes compartilharam suas visões sobre o tema, enriquecendo o evento com suas experiências e conhecimentos.
A discussão se concentrou em distinguir dois principais tipos de Inteligência Artificial (IA): a IA Geral (AGI), que ainda pertence ao campo da ficção científica, e a IA Estreita (narrow AI), já aplicada em várias indústrias. Dentro dessa última categoria, os participantes abordaram duas ramificações: a IA Clássica, utilizada há décadas em previsões e análises por meio do machine learning, e a IA Generativa, uma inovação recente capaz de ler, escrever e manter diálogos.
Desafios da Implementação nas Empresas
Implementar IA Generativa de forma eficaz exige encontrar casos de uso concretos que agreguem valor. Como Ana Paula Zamper apontou: "As empresas pensam ‘preciso implementar algo de IA, não sei o quê, mas eu preciso’ porque todo mundo está fazendo." A pressão para adotar a tecnologia pode levar a decisões apressadas, sem uma avaliação adequada dos reais benefícios para os negócios.
Os palestrantes destacaram a importância de alinhar a implementação da IA com metas específicas, como aumento de produtividade, eficiência operacional e satisfação do cliente. No entanto, ressaltaram os riscos inerentes ao uso dessa tecnologia, como questões de privacidade, viés algorítmico, confiabilidade e dilemas éticos. É fundamental treinar e capacitar os funcionários para que eles possam utilizar a IA de forma produtiva e orientada por objetivos claros.
Impacto nos Empregos e Novas Habilidades
Outro tema central foi o impacto da IA Generativa no mercado de trabalho. Adriano Mussa trouxe à tona a ideia de que "o mundo é dessincronizado", indicando que a evolução tecnológica nem sempre acompanha o ritmo da adaptação humana. Com a automação de tarefas repetitivas, a IA pode liberar os profissionais para focarem em atividades mais criativas e sociais. No entanto, essa transformação também exige o desenvolvimento de novas habilidades.
Exemplos de profissões que poderiam ser profundamente impactadas, como radiologistas, professores e médicos, foram discutidos, ressaltando a necessidade de uma preparação adequada para essa transição. O retreinamento (reskilling) e a educação contínua (upskilling) serão essenciais para garantir que os trabalhadores se adaptem ao novo cenário impulsionado pela IA.
Liderança e Estratégia de Longo Prazo
O envolvimento da liderança desde o início foi apontado como fundamental para o sucesso na adoção da IA nas empresas. A adoção estratégica, e não por modismo, foi enfatizada como o caminho mais seguro para evitar falhas e garantir o alinhamento da IA com as metas organizacionais. Os palestrantes destacaram que a implementação da IA deve ser cuidadosamente planejada, com o apoio e o comprometimento dos líderes em todos os níveis, desde o conselho até os executivos. Isso garante que a tecnologia seja vista como uma ferramenta estratégica e não apenas como um projeto isolado.
Custo da IA Generativa
O uso da IA Generativa também traz um custo significativo. Embora ferramentas como o ChatGPT possam ser acessíveis em nível individual, sua aplicação em escala empresarial pode ser cara, especialmente com grandes volumes de interações. O modelo de cobrança por token ou palavra gerada deve ser considerado na análise de viabilidade econômica para projetos empresariais.
O evento destacou que, apesar de todo o hype em torno da IA generativa, sua implementação bem-sucedida nas empresas requer uma abordagem estratégica, liderança engajada e capacitação contínua dos colaboradores. O impacto no mercado de trabalho é inevitável, mas com uma preparação adequada, essa tecnologia pode abrir portas para novas oportunidades e transformações positivas.
O evento realizado faz parte de encontros exclusivos da comunidade do Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas. Para saber mais sobre o curso, clique aqui.