Já não é mais novidade que a Inteligência Artificial é uma realidade imperativa no mercado de trabalho. Mas nada parecido com aquilo que estávamos acostumados a ver nos filmes de ficção científica. A IA age principalmente nos bastidores de muitas das maiores empresas do mundo, gerando resultados que podem passar despercebidos a olho nu.
É provável então que você pergunte: como?. É simples. Um dos princípios da Inteligência Artificial é o ciclo virtuoso em que se envia e se recebe informações cliente-empresa, gerando dados que, por sua vez, serão usados para melhorar o produto, gerando mais clientes e mais informações sobre eles. Um bom exemplo disso é a Amazon - você já reparou como a oferta de livros é cada vez mais certeira conforme suas leituras?
Doutor em Psicologia e Consultor Sênior da Mercer Brasil (especializada na consultoria em Recursos Humanos para grandes corporações), Elton Moraes explica que a empresa tem aplicado a IA e o Machine Learning para conseguir identificar a cultura de uma empresa e as raízes dos problemas enfrentados por ela.
Ele exemplifica um dos trabalhos: após mais de 10 mil comentários de colaboradores de uma empresa, chegou-se a frases que representavam o sentimento geral dos funcionários. Depois disso, analisando as gerências, percebeu-se, por exemplo, que lideranças de alta performance eram aquelas que geram a sensação de confiança, enquanto as que produzem menos são aquelas cujo líder inspira medo.
Elton ressalta que para projetos de sucesso como esse é necessário ter uma estratégia determinada e uma pergunta a ser respondida, para obter dados de qualidade. “Uma simbiose entre o que a máquina traz de dados e o que o ser humano vai fazer com aquela informação”.
Ele ainda deixa claro que hoje na área dos recursos humanos não se trata mais apenas da existência de um headhunter. É preciso se aliar às tecnologias para gerir e recrutar pessoas. Pensando nisso, explica que ainda falta integração entre sistemas de dados, experiência de gerenciamento no uso de dados e habilidades analíticas dentro do RH e nas empresas.
Temos muito a ganhar com o uso da IA, mas é fato que nossa relação com o trabalho vai mudar. Diretor Acadêmico e de Inteligência Artificial do LIT, Prof. Dr. Adriano Mussa, explica que a IA substituirá aquelas tarefas que são muito repetitivas e demandam pouca interação social, enquanto as atividades que exigem muita criatividade e contato com pessoas continuarão como estão.
Assim, para lidar com todas essas mudanças, é necessário o reskilling, ou seja, aprender a estar em constante aprendizagem, admitindo que tudo estará sempre em mudança. Ele ressalta: “O reskilling é imperativo”.
Se você é da área de Recursos Humanos e quer uma dica de por onde começar a se transformar como profissional, nossa indicação são os LIT Talks by Mercer, presentes dentro do LIT e que abordam temas como Transformação digital, a força de trabalho do futuro e o RH, Proposta de valor para indivíduos e atualidades e tendências em Estratégias de Remuneração e Benefícios.
Assista ao vídeo completo do bate-papo entre Adriano Mussa e Elton Moraes: