Quem nunca tomou uma decisão baseada no impulso e depois percebeu que fez a escolha errada? Afinal, apesar de racionais, ainda somos seres com sentimentos e que, muitas vezes, agem por intuição. Essa lógica não é diferente quando falamos do mercado financeiro e, por isso, é importante entender o que chamamos de finanças comportamentais, ou seja, a influência das emoções nas decisões financeiras.
Em aula online, a Profa. Dra. Bruna Losada, vice-reitora da Saint Paul Escola de Negócios e professora do LIT nos cursos Análise de Viabilidade Econômica de Projetos de Investimentos, Métodos Quantitativos Aplicados aos Negócios e Finanças Corporativas I - Custo de Capital, buscou explicar a dinâmica entre as decisões financeiras que, em essência, devem ser extremamente racionais, e os sentimentos que são inerentes a todos os seres humanos.
Primeiramente, é necessário entender a lógica do mercado financeiro já que tudo se baseia na confiança de que este é eficiente, ou seja, que tudo é precificado de forma correta e que seus investidores agem racionalmente se baseando em informações relevantes. Nesse cenário, "um ganho normal é aquele que te dá um retorno esperado dado o risco que você corre", explica Bruna.
Porém, na prática, sabemos que as pessoas não são totalmente racionais e, por isso, diversos erros ocorrem criando um movimento que, por outro lado, também gera oportunidade para aqueles, conhecidos como arbitradores, que enxergam o desequilíbrio e conseguem ganhar dinheiro indo na contramão.
Existem três desafios à racionalidade no mercado que estão ligados ao nosso lado emocional e são comuns à todas as crises financeiras já registradas.
Como dissemos anteriormente, o mercado eficiente parte da premissa de que as pessoas tomam decisões baseadas em todas as informações relevantes. Porém, a capacidade de processamento do cérebro humano é limitada e, mesmo se conseguíssemos analisar tudo que está disponível, isso não significa necessariamente que nossa análise será razoável já que cada um de nós possui a própria interpretação dos fatos.
Além disso, dependendo do país e de sua estrutura financeira, não é possível garantir que todas as informações relevantes estão disponíveis e possuem qualidade.
O arbitrador vê um erro no funcionamento do mercado antes de todos, apostando contra a corrente na esperança de colher grandes frutos. Porém, fazer uma escolha completamente oposta a do resto das pessoas é uma atitude extremamente difícil. Além disso, para aumentar ainda mais essa pressão, nada garante que o arbitrador não tenha grandes perdas financeiras até sua teoria se provar concreta.
"Apostar contra demanda autoconfiança e uma coragem grande, mesmo para alguém muito qualificado e racional. Você vai se perguntar: 'será que realmente todo mundo está errado e só eu estou certo?' Ir contra a manada dá insegurança. É mais agradável errar junto com todo mundo do que acertar sozinho correndo o risco de errar sozinho", ressalta Bruna.
Somos animais e, por questões evolutivas, muitas vezes, agimos no automático por conta de nossa intuição. Nesses casos, nosso lado emocional se sobrepõe ao racional. Por isso, com o objetivo de evitar decisões financeiras erradas, é necessário identificar que momentos são esses: