A educação básica, seja a pública ou privada, não é um serviço como qualquer outro - já que envolve um importante papel social e, ao mesmo tempo, individual. Por isso, a pergunta "Quem é o cliente da escola?" é extremamente complexa, e pode ser analisada sob diferentes pontos de vista.
Aqui no LIT, o tema foi debatido em evento online com a presença do nosso CEO e idealizador, professor José Cláudio Securato, PhD, do consultor em inovação e gestão educacional Paulo de Camargo, e de José Ernesto Bologna, psicólogo, escritor e consultor de empresas e escolas em inovação.
A ideia de que a escola possui clientes surgiu entre as décadas de 1980 e 1990, quando, diante de diversos novos planos econômicos no Brasil, a relação entre as instituições educacionais e a comunidade entraram em conflito pela falta de marcos regulatórios. A solução foi o estabelecimento de contratos que trouxeram consigo a noção da escola como prestadora de serviço.
A importância da escolha da escola
Para Paulo, responder a questão envolve pensar principalmente no processo de escolha dos pais quando optam por colocar seus filhos em determinada instituição. Essa decisão é tomada levando em consideração tanto os aspectos socioculturais quanto os sonhos e medos das famílias em relação à vida de suas crianças.
Essa escolha também é influenciada por narrativas do que seria uma escola boa. Um bom exemplo é a crença de que as melhores instituições são aquelas com alta performance acadêmica - mas resultados de sucesso nos vestibulares não garantem que esse lugar seja o certo para todos os alunos. Por isso, Paulo ressalta: "Quando as pessoas e instituições se escolhem, é algo complexo, é uma decisão de fórum íntimo e que também atende demandas sociais".
O cliente como uma ideia abstrata
Para Bologna, essa questão pode ser vista por um lado mais filosófico, pensando, por exemplo, no cliente da escola como o passado (no sentido de formar cidadãos com base nas tradições e costumes) ou o futuro (a formação daqueles que construirão as próximas gerações). De maneira sintética, ele resume a resposta como: "No fundo o cliente da escola é o processo civilizatório, aquele no qual a sociedade procura se aprimorar, que é algo humano".
Esse definitivamente é um assunto que gera muitas reflexões, por isso, confira o evento na íntegra: