Quando vemos empresas gigantes de setores como tecnologia, por exemplo, podemos esquecer que, em algum momento, elas eram apenas uma ideia. E que nada do que conhecemos hoje existiria se alguém ou um grupo de investidores não tivesse acreditado no potencial do negócio e aportado capital ainda no início de tudo. Essas pessoas são o que chamamos de investidores anjo.
Em aula exclusiva para alunos LIT, o professor da Saint Paul Escola de Negócios, diretor do programa Leading Digital Reinvention e co-fundador do Poli Angels, Cláudio Cohen, falou sobre o que é o investimento anjo, como ele funciona e sua posição no cenário brasileiro atual.
Entenda as principais características do investimento anjo
Afinal, o que é investimento anjo?
De maneira geral, é possível dizer que investimento anjo é aquele feito por uma pessoa ou grupo em negócios de alto risco, cujo sucesso ainda não foi provado. Ou seja, investidores anjo apoiam empreendedores na fase inicial de suas startups, um momento no qual seria extremamente difícil obter fundos por meios tradicionais, como um empréstimo de banco, por exemplo.
Assim, o investidor anjo ganha uma participação minoritária na empresa e, apesar de não ter um cargo executivo e não ser aquele que toma a decisão, atua como mentor desses negócios que, na visão dele, possuem grande potencial. Assim, de acordo com o professor Cohen, o grande objetivo deste profissional é: "a diversificação de investimento buscando o alto retorno".
Vale lembrar também o que caracteriza uma Startup. O investidor anjo busca resultado e apenas aposta neste tipo de empresa porque enxerga uma oportunidade de recompensa enorme:
Como é feito o investimento?
No momento em que uma Startup está buscando um investidor anjo, fica a pergunta: como fazer o Valuation dessas empresas? Esse é um assunto bastante controverso porque a forma tradicional de avaliar um negócio não se aplica no caso de organizações em um contexto tão incerto e tempo de vida extremamente pequeno. O professor explica que, na prática, o valor acaba sendo definido em negociação.
No entanto, ele ressalta que investidores anjo levam em consideração alguns elementos essenciais para determinar se vão apostar em uma Startup ou não. São eles:
- Qual o problema que a Startup quer resolver, o quanto ele é relevante e para quem?;
- A solução proposta é realmente inovadora e de fato resolve o problema?;
- A validação do negócio;
- O tamanho do mercado e quem são os concorrentes;
- O modelo de negócio é escalável?;
- A capacidade, atitude e ética da equipe;
- Aporte e condições de investimentos exigidos pela Startup.
Cenário brasileiro para o investimento anjo
De acordo com a Entidade Anjos do Brasil, R$ 1 de investimento anjo gera R$ 5,84 na economia, acarretando no aumento do PIB. "É extremamente interessante estimular o investimento em Startups, inovação e novos negócios", destaca o professor. Esse é um ramo que vem crescendo cada vez mais no contexto brasileiro, mas ainda é pequeno se levarmos em consideração o potencial do país.
Ainda segundo a entidade, hoje estima-se que existam 9 mil investidores anjo no Brasil, enquanto nos Estados Unidos são 323 mil. Além disso, calcula-se que esta atividade tem o potencial de criar R$12 bilhões para a economia brasileira, 11 vezes mais do que é gerado atualmente. "É normal que aqui ainda seja algo defasado, mas isso só mostra que no Brasil há um potencial de investimento", ressalta Cohen.
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