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#Finanças

Como fazer uso da DRE como parte da análise financeira de uma empresa

A Demonstração do Resultado e do Exercício (DRE) é uma ótima ferramenta para ajudar o profissional de finanças a fazer uma análise financeira consistente de seu negócio. Naturalmente, essa Demonstração nunca será olhada de forma independente dos outros relatórios – como Balanço Patrimonial ou Demonstração dos Fluxos de Caixa.

 

Para uma análise completa do desempenho econômico dos negócios e seus riscos, é importante ter uma boa visão conjunta de todas as principais demonstrações. No entanto, vamos nesse momento voltar nosso olhar a um desses componentes, que é a DRE.

 

Veja a seguir algumas dicas para analisá-la

 

Para falar de DRE, antes de mais nada é preciso relembrar qual é o objetivo das empresas, ao menos daquelas não filantrópicas. Apesar de serem diversas as métricas e medidas para a avaliação do desempenho e risco do negócio, uma delas se destaca-se quando a intenção é verificar se a empresa atinge seus objetivos. Trata-se da rentabilidade ao acionista, o ROE.

 

O ROE (Return On Equity) tem como objetivo medir o ganho do acionista em determinado empreendimento. Para interpretar o que é esse ganho, deve-se avaliar se a geração de lucro é suficiente e atrativa para o investidor, dado o nível de investimento que ele teve de fazer no negócio.

 

Portanto, para obter a rentabilidade é necessário fazer o seguinte cálculo:

 

Rentabilidade = Lucro/Investimento

 

A forma de cálculo do ROE leva em consideração o lucro ao acionista – dado pelo Lucro Líquido, que pode ser encontrado na DRE – e o investimento do acionista nesse negócio – que pode ser encontrado no Balanço Patrimonial da empresa, dado pelo seu Patrimônio Líquido, que representa o capital do sócio aplicado no negócio.

 

Sendo assim, quando falamos de análise de desempenho do negócio, com base na DRE, um dos componentes mais importantes é a análise dessa medida de desempenho, o ROE. Chamamos a atenção que o ROE leva em consideração não apenas a DRE, e sim também informação contida no Balanço Patrimonial. Isso já chama a atenção para a importância das inter-relações entre as demonstrações financeiras.

 

E como sabemos se determinado nível de ROE está satisfatório, atingindo aos seus objetivos? Um negócio é considerado minimamente atrativo ao acionista quando consegue obter um mínimo de remuneração livre de risco nos produtos financeiros, e mais algum adicional de “prêmio” pelo risco que o investidor corre ao aceitar entrar em um empreendimento na chamada economia real.

 

Vamos imaginar que o investidor coloque seus recursos em títulos públicos. Ele automaticamente será remunerado pela taxa considerada livre de risco em nossa economia. Dado que o acionista optou por investir em um negócio com risco – e não em um título público – ele espera ganhar um prêmio de percentual de retorno pelo risco, adicionalmente àquela remuneração dada pelo título público desse país – que no Brasil poderia ser considerada a taxa Selic, por exemplo. Essa expectativa está relacionada a um conceito fundamental à Moderna Teoria de Finanças: a relação entre Risco e Retorno nos investimentos: quando mais riscos o acionista corre, mais retorno ele espera receber em seus empreendimentos.

 

Análise financeira por meio de outros componentes da DRE

 

A partir da DRE, o profissional de finanças pode extrair uma série de outras informações ricas para ajudar a compor a análise econômico-finaneira da empresa.

 

Podemos mencionar, por exemplo, o conceito de margem, que é algum lucro em relação à receita de determinado período. Essas informações estão todas disponíveis na DRE.

 

Vamos supor que uma empresa tenha uma receita de R$100 reais e tenha um lucro operacional (EBIT) de R$ 30. Ela terá um uma margem operacional de 30% (= 30/100). Os indicadores de margem podem ser entendidos como uma medida de eficiência: qual a eficiência da empresa em gerar Lucros (no caso do exemplo, lucro operacional), dado o nível de receita que ela teve. Fazer a análise da margem operacional é importante para analisar a qual a eficiência da operação em gerar lucros, após remunerar a todos os gastos operacionais – como matéria prima, manutenção de equipamentos, marketing, publicidade, folha de pagamento e contas a pagar em geral.

 

Há também uma outra margem relevante para entendimento do desempenho operacional do negócio. Trata-se da margem bruta. Além de interpretar a evolução da margem operacional, o profissional de finanças pode interpretar a margem bruta, que é calculada como o Lucro Bruto dividido pelas Receitas, ambas informações disponíveis também na DRE.

 

Uma das evidências que se podem interpretar ao analisar a margem bruta, é a qualidade das releções comerciais da empresa: relações de compra e venda. Afinal, duas coisas que podem contribuir bastante para o ganho de margem bruta é uma venda melhor, ou uma compra melhor. Em indústrias, por exemplo, essa análise auxilia a compreender a eficiência nas políticas de compra de matéria-prima, entre outros fatores fundamentais, por exemplo.

 

Por fim, também pode ser feita a análise da margem líquida. Ela é calculada com o lucro líquido dividido pelas receitas da empresa. Também todas as informações necessárias para calcular esta última margem estão disponíveis na DRE.

 

A margem líquida acaba sendo a mais famosa dentre as margens, pois indica, na última linha: quanto sobra ao acionista, dado o nível de receitas da empresa. Isso porque a última linha da DRE – o Lucro Líquido ou Prejuízo Líquido – representa quando de lucros foram gerados nesse período que pertencem ao investidor.

 

Para finalizar, cabe aqui um ponto de atenção. É comum encontrar gestores financeiros que confundem o conceito de margem líquida com rentabilidade. Por isso, conhecer corretamente as origens e significados dessas duas medidas – ambas muito importantes, porém diferentes em essência – faz toda a diferença para fazer uma análise financeira eficiente e consistente.  

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