Um bom planejamento é o ponto de partida para tudo, tanto na vida pessoal como, principalmente, na profissional. Planejamos a compra de um imóvel, de um carro, a viagem dos sonhos e na rotina empresarial também temos que planejar onde a empresa quer chegar a curto, médio e longo prazo e o que precisa ser feito para isso.
É aí que entra a importância da realização de um bom planejamento estratégico empresarial. Embora fundamental para a gestão, o plano de negócio ainda tira o sono de muitos gestores. E isso acontece basicamente por três motivos:
- 1. Falta de conhecimento do negócio
- 2. Dificuldade em acompanhar as tendências do mercado
- 3. Falha ao não consolidar os interesses de todas as áreas do planejamento
Uma maneira de organizar as oportunidades estratégicas da empresa é com o apoio de ferramentas específicas. Alguns exemplos são:
Análise SWOT CRUZADA: é uma matriz que ajuda a identificar as forças (Strengths), fraquezas (Weaknesses), oportunidades (Oportunities) e ameaças (Threats) do negócio. É essencial para traçar planos realistas e analisar o cenário atual do negócio. O uso desta ferramenta fica ainda mais consistente se conseguir cruzar essas informações com a missão, visão e valores da sua empresa.
Veja como como fazer os cruzamentos para gerar insights para boas análises:
Estratégia Ofensiva: Força x Oportunidade (SO)
A estratégia ofensiva ocorre ao cruzar o quanto uma força contribui para aproveitar uma oportunidade, visando o crescimento e a alavancagem de um fator positivo do negócio.
Vamos imaginar um hotel que tenha como pontos fortes a marca reconhecida no mercado internacional e como oportunidade a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Neste caso, a estratégia que ele deveria utilizar para alavancar o negócio seria estudar os países que mais compraram tickets para os eventos e fazer campanha de marketing internacional.
Estratégia de Confronto: Pontos Fortes x Ameaças (ST)
Neste tipo de estratégia, cruza-se os pontos de força com as ameaças, com o objetivo de minimizar a chance de sofrer com as eventualidades que podem ocorrer no negócio. No caso de uma empresa de agronegócio, por exemplo, os pontos fortes podem ser alta tecnologia, produto premium e larga escala de produção e a principal ameaça o aumento da taxa do do dólar, que acaba inflacionando os insumos.
Estratégia de Reforço: Pontos Fracos x Oportunidades (WO)
A estratégia de reforço tem como foco reduzir os impactos das fraquezas do negócio para aproveitar as oportunidades. Em uma indústria de autopeças que tenha como ponto fraco a logística deficitária e oportunidade a alta do mercado de revenda de pelas, pode-se rever os processos logísticos, aumentar a frota e fazer a roteirização de entregas. Dessa forma, você aumenta a chance de aproveitamento da oportunidade de vendas para o mercado de revenda.
Estratégia de Defesa: Pontos Fracos x Ameaças (WT)
As ações defensivas são as mais críticas, pois a exposição da empresa é alta. Por isso, nesse caso, o planejamento é imprescindível para mapear as situações mais complicadas de fraquezas relevantes. Podemos pegar o exemplo de um empresa de pequeno porte que não consiga atender a demanda por baixa capacidade produtiva e se sinta ameaça pela competição acirrada com os novos produtos dos concorrentes. Neste caso, a estratégia é buscar investir na compra de maquinários, na diferenciação de produtos e na busca novos consumidores com exigências diferentes.
Design Thinking: essa metodologia vem sendo muito usada nas reuniões de planejamento estratégico, principalmente, pelos gestores que buscam um olhar inovador para o negócio. Seu principal objetivo é permitir que a ideia saia do planejamento e se torne aplicável na prática, fazendo com que a equipe busque diversos ângulos e perspectivas para a solução de problemas por meio do trabalho colaborativo.
O Design Thinking também é uma excelente ferramenta para ajudar a entender quais as necessidades de cada departamento e identificar os problemas internos (com funcionários, por exemplo) e externos (com consumidores e produtos/serviços). A ferramenta facilita a identificação da necessidade e preferências das pessoas e apoia no processo de delimitação do problema, dando diretrizes para resolver o que é realmente o X da questão.
1 – Reflexão
Reflexão para encontrar oportunidades e gargalos e inovar em pesquisas. Análise SWOT, brainstorm e Benchmark.
2- Pesquisas
Big Data, redes sociais, pesquisas qualitativas, focus group, podem fornecer mais que dados quantitativos e experiência interna da empresa, demonstrando uma nova gama de oportunidades para a empresa.
3- Desenvolvimento
Após mapeado um novo produto, serviço, neste momento são desenvolvidos novas especificações, modelos.
4- Teste de ideias e protótipos.
O Produto viável mínimo (MVP, do original Minimum Viable Product) é a versão mais simples de um produto que pode ser lançada com uma quantidade mínima de esforço e tempo de desenvolvimento. Um MVP ajuda os empreendedores a iniciarem o processo de aprender da forma mais rápida possível, pois poupa tempo e esforços. Porém, ele não é necessariamente o menor produto imaginável. Ao contrário do desenvolvimento tradicional de produtos, que geralmente envolve um longo e pensativo período de incubação e busca a perfeição do produto, o objetivo do MVP é começar o processo de aprendizagem, e não finalizá-lo. Ao contrário de um teste de protótipo ou conceito, um MVP foi concebido não apenas para responder questões sobre o design do produto e questões técnicas; Seu objetivo é testar hipóteses fundamentais do negócio
5- Estratégia de implementação.
Descrever e executar uma estratégia nova de venda, implementação, capitalização do produto.
Business Intelligence: soluções de BI também são ótimas aliadas na construção do planejamento estratégico empresarial. Por meio de dashboards personalizáveis é possível coletar e imputar dados internos e de mercado, cruzar as informações e traçar cenários preditivos, o que facilita a tomada de decisão.
Canvas: um dos mais eficientes métodos para a criação de planejamento estratégico, o Canvas baseia-se na criação de um mapa simples e visual, com o objetivo de abordar os principais aspectos que o gestor precisa considerar para tomar uma decisão. Essa metodologia é baseada em nove blocos essenciais para coletar informações necessárias para a estruturação do planejamento estratégico. São eles: , como:
# 1. Segmento de clientes: permite refletir para quem está criando e direcionando a oferta e quais os clientes mais importantes;
# 2. Proposta de valor: possibilita definir o que está sendo oferecido aos clientes e quais problemas deles a empresa ajuda a resolver;
# 3. Canais: importante para definir os canais de comunicação, distribuição e venda que serão usados para entregar nossa proposta de valor aos clientes;
# 4. Relacionamento com clientes: foco em estabelecer o tipo de relacionamento a ter com os clientes e planejar como ele está integrado ao modelo de negócio;
# 5. Fontes de receita: facilita refletir sobre quanto o cliente quer pagar pela proposta de valor e como preferem pagar;
# 6. Recursos-chave: definição dos recursos necessários para fazer o modelo negócio funcionar;
# 7. Atividades-chave: para determinar as atividades mais importantes para fazer o modelo de negócio funcionar;
# 8. Parcerias: definição dass parcerias necessárias para criar e entregar a nossa proposta de valor;
# 9. Custos: mapear quais são os custos mais importantes relacionados a operação do modelo de negócio.
Enfim, no Canvas deve conter os principais pontos do planejamento estratégico.
(Balanced ScoreCard): permite à empresa planejar e controlar, com maior segurança suas metas e estratégias, com o objetivo de medir a evolução da organização por meio de indicadores. Pode ser usado para controlar os resultados financeiros, clientes, processos internos e aprendizados e crescimento. O BSC consiste em quatro perspectivas (financeira, do cliente, dos processos de negócios internos e de aprendizagem e crescimento), no qual concede um diagnóstico do desempenho operacional de uma organização e estabelece quais medidas irão impulsionar o seu futuro.
Na perspectiva financeira, ele indica se a estratégia da organização, implementação e execução, estão contribuindo para a melhoria financeira. Na do cliente, o foco é descrever as formas nas quais o valor deve ser criado, como a demanda do cliente por esse valor deve ser satisfeita e o motivo pelo qual o cliente vai querer pagar por ele. Já na perspectiva do aprendizado e crescimento, identifica a infraestrutura necessária para gerar crescimento e melhorias em longo prazo e na visão dos processos internos, define o que a organização deve fazer para atender as expectativas dos clientes.
Além do uso de ferramentas de planejamento estratégico é recomendado investir em cursos de gestão, que tragam exemplos reais de mercado para a sala de aula.
Agora você já sabe o caminho para criar um planejamento estratégico adequado para o sucesso do seu negócio. Dê o primeiro passo rumo ao sucesso.